domingo, 27 de fevereiro de 2011

Sobre a ignorância.

Desistimos do pensar e abraçamos ao produzir;

Vendemos nossa intelectualidade por marcas e números;

Crescemos vendo toda a futilidade a nossa volta e entramos de cabeça nesse mundo medíocre de aparência;

Acreditamos que é o máximo sermos símbolos sexuais e objetos de desejo;

Humanos tornam-se símbolo e objeto, viramos algo inanimado;

Viramos produto de um sistema que criou vida própria e que nos molda a cada dia;

Daríamos a vida por reconhecimento, daríamos a vida para sermos notados;

Caímos num mundo de tristeza, de individualismo e de carência;

Carência para todos, um a um, seis bilhões de alguma coisa;

Seis bilhões de nada;

Renunciamos as nossas vidas, renunciamos ao nosso mundo para sermos melhores que nossos vizinhos;

Queimamos e destruímos tudo a nossa volta porque algumas empresas disseram que isso era bom;

A Era dos Extremos, diria um sábio intelectual sobre o século XX;

A Era da Futilidade, diria um garoto inconformado com o nosso pobre século XXI;

Não pobre de dinheiro e não rico de sabedoria;

Ricos de ignorância e pobres de espírito;

Tudo se tornou descartável, até mesmo o lugar onde vivemos;

Um século sem peso na História, exceto por sua autodestruição;

E assim nós morremos, sem produzir conhecimento, sem ter uma ideia original, sem deixar nada de fantástico para a próxima geração, sem nunca ter sido alguém, sem nome, sem pensamento, sem imaginação, sem vida, sem tudo.

Carregamos pro nosso tumulo a marca do terno que nos vestem e o preço de nosso caixão, para termos um lugar de honra em meio terra e osso.

Bife's

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