Desistimos do pensar e abraçamos ao produzir;
Vendemos nossa intelectualidade por marcas e números;
Crescemos vendo toda a futilidade a nossa volta e entramos de cabeça nesse mundo medíocre de aparência;
Acreditamos que é o máximo sermos símbolos sexuais e objetos de desejo;
Humanos tornam-se símbolo e objeto, viramos algo inanimado;
Viramos produto de um sistema que criou vida própria e que nos molda a cada dia;
Daríamos a vida por reconhecimento, daríamos a vida para sermos notados;
Caímos num mundo de tristeza, de individualismo e de carência;
Carência para todos, um a um, seis bilhões de alguma coisa;
Seis bilhões de nada;
Renunciamos as nossas vidas, renunciamos ao nosso mundo para sermos melhores que nossos vizinhos;
Queimamos e destruímos tudo a nossa volta porque algumas empresas disseram que isso era bom;
A Era dos Extremos, diria um sábio intelectual sobre o século XX;
A Era da Futilidade, diria um garoto inconformado com o nosso pobre século XXI;
Não pobre de dinheiro e não rico de sabedoria;
Ricos de ignorância e pobres de espírito;
Tudo se tornou descartável, até mesmo o lugar onde vivemos;
Um século sem peso na História, exceto por sua autodestruição;
E assim nós morremos, sem produzir conhecimento, sem ter uma ideia original, sem deixar nada de fantástico para a próxima geração, sem nunca ter sido alguém, sem nome, sem pensamento, sem imaginação, sem vida, sem tudo.
Carregamos pro nosso tumulo a marca do terno que nos vestem e o preço de nosso caixão, para termos um lugar de honra em meio terra e osso.
Bife's
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