Certa vez foi dito
Que poesia não tem dono
Não tem nome, nem sentido
Elas dizem tantas coisas
E nem tudo é entendido
Uma frase repetida
Algo fica subentendido
Quando eu falava de demônios
E parecia divertido
Assim como nesses versos
Que fingem falar de poesia
Sempre um jogo de palavras
Que escondo com ironia
Como o telhado de sua casa
Que esconde a luz do dia
Ou como os débios da cultura
Que desprezam a poesia
Permitindo rimas pobres
Ironizando meus sentidos
Rimando versos e acordes
Para expressar algo oprimido
Escondendo os sentimentos
Em alguns momentos rindo
Um certo desprezo no peito
E falando coisas sem sentido
Às vezes escolhemos
Caminhos perigosos
Como uma frase feita
Uma rua escura
Um minuto de silêncio
Pode ser pior que uma hora de tortura
Que um passado vindo à tona
Ou uma lembrança obscura
E pensando no passado
Me surge uma indagação
Se sou um reflexo de tudo aquilo
Onde refletiu minha paixão?
Nesse jogo de espelhos
Que me leva a reflexão
Faz entender que reflexos são sombras
E também refletem escuridão.
Bife's
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