terça-feira, 11 de setembro de 2012

Cabe uma reflexão


Hipocrisia foi a primeira palavra que me veio a cabeça ao relacionar o fato do atentado ‘terrorista’ de terça-feira, 11 de setembro de 2001, às Torres Gêmeas, lá nos EUA, com a terça-feira, 11 de setembro de 2012.
Parei, pensei e reformulei minha opinião. Afinal, a preocupação com as mortes das pessoas devido a tragédias desse tipo já é algo que une grande parte da humanidade em prol de um bem maior, de um sentimento de compaixão e afins.

(*)

Lembro-me exatamente das primeiras notícias nas redes de televisão e, assim como hoje, pouco me importou o que estava acontecendo. Olhei, vi um prédio em chamas, pessoas em desespero e pensei: ‘bem-vindos ao século XXI’ – sem comparações com Hobsbawn que colocou este marco como porta de entrada para nosso século, apenas pensei isso por que diziam que não chegaríamos a tal data, não fazia História e não imaginava o tamanho de tal evento no mundo. – Opa! Tal evento no mundo?
Um mil, trezentas e sessenta e seis pessoas mortas. É bastante para um dia – e para os dias que se seguiram e as pessoas feriadas que morreram neles – mas é uma história norte-americana, manipulada, divulgada de tal maneira por ser uma potência - emergente das Grandes Guerras – e por representar o Capitalismo e o ocidente.
Não desmereço esses títulos, são dignos e foram duros de conseguir, mas o mundo não é os Estados Unidos da América, o capitalismo não me representa e eu não concordo com grande parte das políticas daquele país.

(*)

Tragédias de grande porte ocorrem diariamente em países emergentes do ‘Terceiro Mundo’, mas, e daí? Estão no oriente ou são do continente Africano. Não sabemos distinguir quem atacou os EUA com dois aviões – ou foram três? Tem o do Pentágono também, né?! Não sei. -, então falamos que foram todos lá do oriente médio e ponto. Os africanos são africanos e não possuem história, logo, pouco importa as 750.000 mil mortes em provável 4 meses por miséria, fome e doenças, afinal, somos capitalistas e no capitalismo só não tem dinheiro quem não quer, não é, 190 milhões de brasileiros multimilionários? Doce ilusão. Fico feliz e triste ao ver as pessoas se importarem tanto com as mortes dos norte-americanos. Feliz porque gerou uma grande comoção no mundo ocidental, e isso realmente é importante no meu ponto de vista. Triste porque as pessoas não percebem a forte manipulação que recebem e só dão valor ao que a mídia quer que deem valor. Enfim, façam como Humberto Gessinger:
“Eu queria falar (do atentado e tal) mas...”

Bife’s 

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Sermos literais também faz nossa beleza


Às vezes o mundo nos pega na contramão ou, às vezes, estamos na contramão do mundo.

Na contramão de um mundo
Que não tem explicação
A ignorância pelo ar
E a inteligência jogada ao chão

É uma variável com proporções inimagináveis as rotas podemos seguir, os caminhos que podemos traçar e as escolhas que podemos fazer.
Inúmeras são as vezes que estamos estáticos, sentindo que a vida esta exatamente como deveria e pronto, um acontecimento muda o rumo de nossa vida, de nossos sentimentos, de nosso futuro.
Planejar, prever, idealizar e afins, são gestos e atitudes que servem para desestruturar e abalar nossos alicerces.

Obs: tenha vários alicerces em sua vida. Não se fundamente apenas no amor, ou no trabalho, ou nos seus amigos, etc. Inúmeros alicerces pequenos sustentam mais que um enorme e, se um dos pequenos desabar, os outros não deixarão a estrutura cair, o mesmo não acontecerá se o enorme, mas único, desabar.

E foi nessa contramão que me vi andando na noite passada. Sempre segui a vida sozinho, por inúmeros motivos, mas entre os principais estava o fato de não querer me apegar as pessoas e depois sentir a ausência delas.

Não escrevo minhas poesias para as pessoas porque, com o tempo, elas acabam perdendo o sentido, não as poesias, as pessoas.


Mas mudei de pensamento, me deixei levar. Algumas filosofias orientais me auxiliaram nesse caminho de mudanças e, por certo tempo, tive um fluxo de amigos relativamente grande passando pelas esquinas de minha vida. Bom? Ruim? Depende de quem lê essas palavras e, nesse momento, não sei responder essa pergunta, por isso escrevo esse texto.

Abrindo as portas para as pessoas entrarem acabei por conhecer gente de todo tipo, fiz amizades que jamais gostaria de perder e, também, seres que gostaria de nunca ter esbarrado, mas, quando se esta aberto, não conseguimos fazer essa seleção.
Enfim, hoje sinto uma enorme saudade de alguns que me acompanharam, que passaram por mim e deixaram suas marcas. Sinto falta dos apertos de mãos as 19h15min, dos abraços as 22h45min e das conversas por telefone ou internet nas férias.

Só me resta a nostalgia do que foi, do que seria, do que seríamos e, quem sabe, do que sentiríamos. Se é que seríamos ou que sentiríamos.


A passagem do tempo é algo bom. Os seres humanos tem em si a arte de, a cada dia, evoluírem, aprenderem, reconstruírem e se adaptarem a tudo que é novo, mas, sinceramente, às vezes penso que a ausência de algumas pessoas deixa um buraco difícil de ser tapado com um simples ‘a vida continua’ ou ‘a gente cresce’.

Bife’s

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Buscando paz


Onde vamos parar
Correndo sem ter uma direção?

Essa pergunta surgiu na 1º pessoa do singular e, ao não conseguir respondê-la, resolvi lançá-la ao mundo.
Transformei-a em canção, se quiserem ouvir a primeira versão, deixo o link:


Toda a ideia dessa música se passou olhando dentro para fora, algo difícil e cruel de se fazer. Encarar seus medos, suas desilusões, procurar seu lugar no mundo e não encontrá-lo e se sentir perdido. Quando observei isso notei algo que, até então, não havia notado: eu não era o único, eu não sou o único e, exceto casos raríssimos de algumas doenças, transtornos e/ou fatalidades, nunca serei o único – e isso serve para todos. Somos únicos? Sim. Somos únicos? Não. Depende do que estamos analisando e, nesse caso, são os modos de vida, de se desfazer de problemas, de encontrar seu lugar na sociedade e seu papel como ser humano. Então somos apenas mais um no todo.
O que consegui sacar após esses fatos é que tudo na vida, porém, muitas pessoas não conseguem ter a calma e a paciência necessárias para apenas ‘deixar fluir’. Sim, aquele velho ensinamento dos sábios orientais – “Deixe fluir e encontrará sua paz interior.” – Algo que exige muito preparo, mas que é realmente possível.
Eu? Tenho apenas 23 anos, não sei nada de quase tudo, mas me arrisco vez em quando. Alguns fantasmas que seguiram outros caminhos, que se perderam em contos, poesias, fins de relacionamentos ou em trajetos que não ousaram fazer comigo, me mostraram que eu deveria ter feito exatamente o que fiz e, se me dessem a chance de voltar no tempo e refazer meus passos, seguiria exatamente o ‘mapa dos meus passos’ que se encontram nas pegadas que deixei.
Por quê? Porque ele é cheio de erros, de fracassos, de perdas e de reaprender a andar.
Já dizia Martin Ferro: ‘O diabo sabe mais por ser velho do que por ser diabo.’ Uma ótima reflexão.


Vi um fantasma meu seguir o caminho do álcool, vi outro perder uma porção de amigos por suas escolhas, um fantasma que eu amava se foi junto com um briga de família, percebi um se afundando em mágoas após ficar sem namorada e um deles perdeu a cabeça com o efeito de entorpecentes. O que isso quer dizer? Que existe uma centena de milhares de caminhos para traçar, várias rotas a seguir e muitos fatos para acontecer. Nossa vida é um desenlace de mistério, mesmo que planejando cada passo não podemos prever o que a pedra planejou e, talvez, ela tenha escolhido entrar no seu caminho para desviar sua rota. É simples, apenas deixe fluir. Problemas vêm e vão, pessoas vêm e vão, empregos vêm e vão – assim como o Sol e a Lua. Temos a certeza do fim, mas o fim não existe. Uma nova estrada só começa com o fim de outra – pode até mudar a empresa que administra a rodovia, mas ela é a mesma -, então aceite e deixe acontecer. Os seus fantasmas vão seguir os caminhos que não são os melhores para você e, com o tempo, você entenderá isso.
Sem delongas, com algum sacrifício, mas em prol de uma melhora.


Lancei minhas dúvidas ao mundo quando olhei de dentro para fora, só consegui respondê-las olhando de fora para dentro e agora repasso o que aprendi ao observar a vida e as pessoas, espero que ajude ou que traga um pouco de paz aos que dela necessitam.

Bife’s

domingo, 2 de setembro de 2012

Explicações


Mistério.
Não saber de algo importante naquele momento crucial, o aperto no coração, o medo correndo na veia, o pânico em rota de colisão, não saber a próxima jogada perto de levar o xeque-mate, não poder seguir um caminho e com pavor de seguir outro.
Aceitação.
Nós nascemos, desenvolvemos, procriamos e morremos. Assustador? Fatídico? Natural? Irracional? E os desenlaces desse meio tempo? Os personagens coadjuvantes da minha estória? Os antagonistas de cada época de minha vida? Meu oponente? E os meros figurantes?
A morte é o único fato concreto de qualquer protagonista do mundo real, mas é muito pequena em relação a grandiosidade de sua existência.
Solidão.
A vida é um reflexo, você recebe o que emite. Não é um fato comprovado cientificamente, mas, se não hoje ou amanhã, uma hora há de retornar. Pode parecer bobeira, mas existe uma verdade nisso.
Aprenda a viver em solidão, em silêncio e em paz, talvez seja a melhor maneira de morrer.
Agradeça e peça desculpa.
Você não é melhor, maior, mais importante, mais inteligente, mais digno, superior ou diferente de qualquer outra pessoa.

Um computador quebrado
Uma ameaça de morte
Um medo dominado
E a preocupação de alguém despreocupado

Ex-amigos
Ex-maridos
Exauridos
Esgotados

Eu não atendo
Eu não entendo
Uma frase em minha mente
Que não para de murmurar

Quantas possibilidades se vão por dia?
Quantas vidas se vão por hora?
Nem viver pra sempre
Quem dirá morrer a toda hora



Somos uma projeção de algo que nós é impossível de entender: os seres humanos. Refletindo dia após dia a centena de milhares de anos e a única coisa que sabemos é que, não importa o que façamos, morremos.
A doce ilusão de descobrir algo. Aceite, somos animais e devemos viver como tais. Sem questionamentos, sem sofrimento, sem preocupações, sem desespero. Buscando apenas a proximidade com a elevação, com o que nos é superior. De onde viemos e pra onde vamos.

Bife’s