Às vezes o mundo nos pega na contramão ou, às
vezes, estamos na contramão do mundo.
Na
contramão de um mundo
Que
não tem explicação
A
ignorância pelo ar
E
a inteligência jogada ao chão
É uma variável com proporções inimagináveis
as rotas podemos seguir, os caminhos que podemos traçar e as escolhas que podemos fazer.
Inúmeras são as vezes que estamos estáticos, sentindo
que a vida esta exatamente como deveria e pronto, um acontecimento muda o rumo
de nossa vida, de nossos sentimentos, de nosso futuro.
Planejar, prever, idealizar e afins, são
gestos e atitudes que servem para desestruturar e abalar nossos alicerces.
Obs: tenha vários alicerces em sua vida. Não
se fundamente apenas no amor, ou no trabalho, ou nos seus amigos, etc. Inúmeros
alicerces pequenos sustentam mais que um enorme e, se um dos pequenos desabar,
os outros não deixarão a estrutura cair, o mesmo não acontecerá se o enorme,
mas único, desabar.
E foi nessa contramão que me vi andando na
noite passada. Sempre segui a vida sozinho, por inúmeros motivos, mas entre os
principais estava o fato de não querer me apegar as pessoas e depois sentir a
ausência delas.
Não
escrevo minhas poesias para as pessoas porque, com o tempo, elas acabam
perdendo o sentido, não as poesias, as pessoas.
Mas mudei de pensamento, me deixei levar.
Algumas filosofias orientais me auxiliaram nesse caminho de mudanças e, por
certo tempo, tive um fluxo de amigos relativamente grande passando pelas esquinas
de minha vida. Bom? Ruim? Depende de quem lê essas palavras e, nesse momento, não
sei responder essa pergunta, por isso escrevo esse texto.
Abrindo as portas para as pessoas entrarem
acabei por conhecer gente de todo tipo, fiz amizades que jamais gostaria de
perder e, também, seres que gostaria de nunca ter esbarrado, mas, quando se
esta aberto, não conseguimos fazer essa seleção.
Enfim, hoje sinto uma enorme saudade de
alguns que me acompanharam, que passaram por mim e deixaram suas marcas. Sinto
falta dos apertos de mãos as 19h15min, dos abraços as 22h45min e das conversas
por telefone ou internet nas férias.
Só me resta a nostalgia do que foi, do que
seria, do que seríamos e, quem sabe, do que sentiríamos. Se é que seríamos ou
que sentiríamos.
A passagem do tempo é algo bom. Os seres
humanos tem em si a arte de, a cada dia, evoluírem, aprenderem, reconstruírem e
se adaptarem a tudo que é novo, mas, sinceramente, às vezes penso que a
ausência de algumas pessoas deixa um buraco difícil de ser tapado com um
simples ‘a vida continua’ ou ‘a gente cresce’.
Bife’s
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