Das salas de aula para os livros, dos livros
para as provas, das provas para a sala de aula. É assim que a vida segue. É
assim que sigo a vida.
Num dos buracos desse mundo extremo ao qual
me refiro, encontro tempo para algumas diversidades: violão, redes sociais e
exercícios físicos. Válvula de escape?
Acho que fica mais para válvula de segurança. É meu refúgio, minha meditação.
Me impede de cometer alguns atos de loucura ou de abraçá-la definitivamente.
Uma preocupação tremenda com o tempo, com a
velocidade dele e com o que fazemos com ele. Não podemos controlar nosso tempo,
é isso que aprendemos, é isso que nos ensinam. “Viva o hoje porque o amanhã
pode não chegar.” Mundo capitalista, consumo imediato e em massa. Alusão a uma
vida que escapa pelo vão dos nossos dedos e se perde na eternidade ou, como na
maioria dos casos, no esquecimento.
O mundo não é assim, não é e nunca foi.
Devemos parabenizar nossa consciência tão incoerente. Os segundos que uma
postagem demora para ter o primeiro ‘like’, os minutos que faltam para acabar o
expediente e corrermos para nossos lares (alugados) e nos escondermos do mundo
na frente de uma TV, de um computador ou de algumas dessas tecnologias menores
com a mesma função.
Acreditamos mais em uma série de televisão do
que em nossas vidas. Realidade paralela. Adquirimos fobias pela nossa
existência. Perdemos o senso de julgamento, de veracidade e do que realmente é
importante.
Vivemos uma vida em função de dinheiro, de
reconhecimento e de realizações e morremos inúmeras vezes ao não conseguirmos
nada disso. Morte devemos apenas uma, morrer em vida é uma característica da
nossa época.
Não sou contra o mundo virtual, sou contra o
universo paralelo que críamos;
Não sou contra o trabalho, mas sim contra a
alienação que aceitamos;
Não ligo para o modo como contamos o tempo,
mas me preocupo com o desperdício que fazemos dele;
Não abomino o capitalismo, abomino a
usurpação que fazem do ser humano através dele;
Não menosprezo os cegos de cultura que não
podem ver isso, menosprezo os ignorantes que sabem de tudo isso e ainda assim
escolhem esse tipo de vida;
Deixamos de viver. Vejo isso desde a porta do
meu quarto até a janela do mundo.
Quando você bancou sua última viagem? Qual
foi a última vez que viajou? Quando comprou seu sapato a vista? E a conta do
mercado... foi em quantas vezes? Lembra da última vez que levou sua esposa pra
jantar? Comer lanche na esquina não conta... Lembra quando deu um churrasco
para seus amigos? Aquele tipo de 15 ‘real’ por pessoa nem vou comentar. E a
educação de seu filho, é duro não poder pagar particular, né?! Esperar na fila
do SUS ou pagar uma Unimed? E a moto ou o carrinho que você queria? Esperar a
sorte no consórcio... vai que dá! Celular, notebook, ipad e televisão de 32’’ em
12x no cartão, SEM JUROS.
Mas o capitalismo é bom, o Lula acabou com a
pobreza do país e os brasileiros estão entre os mais intelectuais do mundo.
A ignorância reina num país onde todos se
dizem espertos. Prefiro não comentar.
Num mundo em que falta tempo, me falta
pressa.
Bife’s
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