segunda-feira, 2 de setembro de 2013

As tênues linhas da vida

Hoje os versos não seriam suficientes. Corri do Facebook, retomei o blog. Menos leitores, mas pouco importa, são os verdadeiros que leem por aqui. E são estes os importantes, que crescem comigo, que gostam do que eu gosto.

O que pensei hoje e me fez vir até aqui foi a reflexão das linhas tênues que existem em nossas vidas, quando uma coisa deixa de ser uma coisa e se transforma em outra, sem que percebamos. Complexo, ao menos para mim.

A clássica pergunta do enlouquecer. “A linha tênue entre lucidez e loucura”. A loucura que não é visível aos olhos do louco, somente aos olhos da sociedade que estereotipou o ‘louco’ e o crucificou por ser dessa forma.
Onde ocorre essa mudança? Em que momento perdemos os sentidos? Talvez sejamos loucos e nem saibamos. Engraçado pensar nisso.
Quando uma amizade deixa de ser somente amizade e vira paixão, amor?
Quando a pessoa mais legal da roda começa a ficar chata com sua falação?
São perguntas que não fazemos...
Em que momento achamos normal atravessar a linha que nos permite julgar os outros sem antes termos olhado para dentro de nossas vidas?


Talvez seja a nossa natureza, ou parte dela. Talvez os grandes pensadores tenham a resposta para essas perguntas. Sentimos a necessidade de sermos iguais, de encontrar os nossos semelhantes e, ao mesmo tempo, queremos ser diferentes dos nossos iguais, para termos destaque e nos sobressairmos. Por isso, talvez, fazemos nossos julgamentos e apontamos nosso dedo. Menosprezamos e nos colamos acima, ao invés de nos colocar ao lado e crescermos juntos.
Em certa fazenda, de certo livro eu já vi essa história.

Nunca somos o suficiente, nunca os outros nos são suficientes. Sempre falta e num mundo que sempre falta, não nos sentiremos completos tão cedo. Não atravessaremos a tênue linha do existir para o ser, porque isso é apenas para os que são completos. Que mesmo sem nada possuem tudo. E como atravessaram essa linha? Como chegaram a tal estado de libertação mental e material?
Talvez pularam para o lado de lá da linha do verdadeiro entendimento e desprendimento.
Nesse mundo de tantas linhas, de seres incompletos, mesmo sem terem nenhum espaço sobrando, de pessoas cheias de se sentirem vazias, de insuficiência e falta de gratidão, os humanos que conseguiram se desprender vão se tornando grandiosos, obtendo conquistas e realizando sonhos, porque cada suspiro é uma dádiva, cada passo um sonho realizado, cada abraço um agradecimento, cada riso a mais sincera gratidão.



Atravessando a linha onde os julgamentos dos outros importam, a linha que nossa arte é feita para terceiros aprovarem, que nosso trabalho é para construir um império. Feito isso, cada tijolo colocado é a consagração, a elevação e a plena realização da existência. Mas essa é a minha natureza.

Bife's 

Um comentário:

Anônimo disse...

Sobre a loucura eu diria que é aquilo que o indivíduo não aceita como parte do seu "coletivo"

Normalmente escuto algumas pessoas mais velhas dizerem várias vezes a palavra loucura quando se refere ao mais novo, usa sua realidade sábia como água divisora do certo e errado.

Enfim, todo quebra de paradigma é dito como loucura