Conciliando acontecimentos da vida com
filosofias que adquiro com o desenrolar dela e com leituras, é assim que
procuro escrever minhas linhas, afinal, muitas pessoas passam pelas mesmas
coisas, só que as enxergam com outros olhos – sem dizer se isso é bom ou ruim –
e, ás vezes, um ponto de vista diferente sobre o mesmo assunto clareia nossa
vida.
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Nunca dei muita atenção ao ‘seria’. Penso que
a vida é curta demais pra hipóteses sobre uma vida ou um modo de viver. Também
nunca pensei muito no futuro. Penso que a vida é longa demais para ser baseada
em ‘planos’. O que aconteceu comigo é o que acontece com todos, só que sem as
ilusões impostas pelo mundo. Eu fui vivendo.
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Quando criança meus pais diziam: ‘Você tem
que estudar!’ – com exclamação, porque nem sempre fui dedicado aos estudos. A
adolescência foi um período interessante, ‘metamorfosiante’ pode-se dizer.
Conhecendo o mundo lícito e o ilícito, descobrindo o conceito de amor e o de
putaria, sendo guiado por obscuras bandas de heavy, trash, black e prog metal. Descobrindo o
que era fazer escolhas, mas sem muita noção de um caminho a seguir, então, por
vezes, sem fazer as melhores ou mais proveitosas. Amigos iam e vinham até se
definirem. Mulheres iam e vinham e eu não me definia. Bebidas iam e vinham e eu
defini: ‘Todas.’ Querendo entender o violão e o mundo das bandas de rock. Um pouco precoce se comparado às
outras pessoas (não faço comparações ou as evito ao máximo), cheguei à
faculdade com 17 anos. Mundo novo, a mente em alta velocidade, muito conhaque
se seguiu nesses dois anos – curtos para minha vontade de mundo, longos para
meus estudos, em vão na minha carreira de Administrador, louvável para fazer
amizades, para conhecer uma dezena de cidades que nem sonhava existir e para fortalecer
minha ideia de Ciências Humanas. 19 anos, o destilado de cana e os maços de
cigarro faziam parte da minha rotina. Trabalhando em outra cidade e cursando
História numa cidade ainda mais longe, resolvi morar sozinho. Ideia genial. Auto
sustentabilidade, liberdade, visitas à casa dos pais para dar orgulho aos progenitores
e tendo um sentido na vida. Festas, bebidas, bebidas, festas, mulheres. Pensava:
‘“Sempre vou ser assim.” E, de fato, eu queria ser assim. Metas, retas e planos.
Eu era concursado, cursava o nível superior, amigos, casa, ideias e vontade de
seguir em frente nesse caminho, mas a vida não permite planos, nem metas e quem
dirá retas.
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Isso está parecendo um daqueles textos de
autoajuda (HAHA). Não vou aqui explicar como ocorreu uma mudança significativa
na minha vida, não quero e não devo. As pessoas veem o que precisam ver,
escutam o que têm necessidade de escutar. Cabe a cada um encontrar o seu eu,
abrir mão de todos os seus ‘meus’ e entender que muitas pessoas querem os ‘seus’,
mesmo que nada seja delas. O fator de posse, de ter e de poder ser dono de algo
é reconfortante, por isso os animais de estimação, que não são tão estimados
assim, os objetos de luxo, que tem um preço para seu conforto pessoal e mental,
o ‘seu’ carro, a ‘sua’ casa, o ‘seu’ (ua) namorado (a), o ‘seu’ amigo, a ‘sua’
bebida, a ‘sua’ música favorita. Um mundo de contradições, não?!
Talvez essa seja a ‘minha’ visão.
Um passarinho que
corre
Um monge pornô
Um homem que voa
Um masoquista que não
gosta de dor
Uma bala de festim
Numa arma de
brinquedo
A Guerra Fria de um
mundo
Que traz consigo o
medo
Uma banda de samba
Que toca rock n roll
Um país que passa
fome
E, com orgulho, grita
gol!
Uma rede social
Cheia de privacidade
As plantações do
campo
Que sustentam a
cidade
O velho que quer ser
novo
O novo que quer ser
velho
Os políticos que são
piada
E se dizem homens
sérios
De todas as contradições, existem poucas que
respeito. Einstein e Eddington. ‘Alemanha’ e Inglaterra. Teórico e prático. Primeira
Guerra Mundial. Um grande passo pra humanidade, numa época de incertezas.
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Como o texto lá de cima, onde sabia meu
caminho. A contradição da minha vida foi uma contradição. Eu seria o mesmo, não
acreditava em fatores psicológicos. Devido a eles eu mudei. Contradição dentro
de contradição. Encontre sua contradição. Os maiores gênios se contradiziam
constantemente, mas seja uma contramão da contradição, senão será apenas mais
uma contradição sem sentido.
Irônico? Ao menos pra mim...
Bife’s
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