Numas das esquinas da vida, numa bela noite de
segunda feira, esbarrei em duas dúvidas que rodeiam a minha existência.
Porque o progresso, a conquista e/ou a
felicidade alheia nos causa incômodo?
Porque perto de pessoas que não fazem parte
do nosso ciclo rotineiro temos a tendência de querer chamar a atenção?
O passar do tempo, seja ele contado por você
ou não, traz alguma sabedoria, alguma arrogância, algumas peculiaridades, algum
charme e alguns defeitos. Natural, nos adaptamos ao meio e arrumamos alguma
maneira de nos encaixarmos nele do melhor modo possível. Acontece que, como
seres humanos, privados da verdadeira sabedoria do mundo – ou levados a
acreditar nisso – acabamos por querer competir com quem está ao nosso lado.
Um elogio a mais já gera uma discórdia
tamanha, quem dirá um salário três vezes maior, um carro duas vezes mais caro, uma
mulher vinte vezes mais linda e, na pior das hipóteses, um sorriso mais
sincero?
Na perspectiva de ‘se dá um riso, dá um tiro’,
poderia imaginar a execução de inúmeras pessoas, mas, sendo menos dramático,
vejo que as pessoas sentem a necessidade de se imporem sobre o outro que é ‘melhor’
em algum aspecto.
Tentam diminuí-la de alguma forma, ofendê-la
discretamente, mostrarem-se superiores em algum aspecto, para que a ausência de
um elogio seja substituída pelo sentimento de vergonha que o outro passa a ter
e que massageia nosso ego.
‘Não sou bom, mas ele também não é tudo isso.’
Um mundo que, como disse milhares de vezes,
anda na contramão. Não pensamos mais no coletivo, apenas em cada indivíduo. Não
buscamos o crescimento da nação, apenas o crescimento pessoal. Não ajudamos ao
próximo, só sustentamos a nosso cobiça e arrogância. Nos dizemos intelectuais,
mas não temos a humildade de reconhecer a conquista intelectual dos que estão a
nossa volta. A Felicidade alheia é sufocante. O riso alheio dá pânico. O amor
real é uma mentira.
Preocupa-me o caminho que a humanidade segue,
mas acredito em seu potencial. Se fomos capazes de permanecermos vivos nesse
mundo, seremos capazes de controlar o nosso ego, a nossa inveja, a nossa falta
de humildade e nossa imensa arrogância.
O progresso de cada um e o seu próprio
progresso. A riqueza de cada um é a sua própria fonte de riqueza. Dinheiro é
bom, luxo é bom, comodidade é bom, tecnologia é uma maravilha. Ser feliz é uma
raridade nesse mundo de contradições, então porque querer isso só pra você?
Conquiste o que é seu e depois ajude o mundo
a conquistar também.
Parece poesia de quando eu tinha 15 anos, mas
o Sol e a Lua de cada dia só existem pela humildade de cada um deles. Todos
podemos brilhar e viver da melhor maneira possível, só precisamos aprender a
dividir com o mundo.
Bife’s
Nenhum comentário:
Postar um comentário