Uma relação para tudo? Uma relação do mundo? Uma relação
de 7 bilhões de pessoas? Seria isso
possível? Seria possível uma ligação para isso?
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Num passado remoto, num futuro distante, a única coisa
que nos separa é o presente. A única coisa que nos separa somos nós mesmos.
Inventamos verdades através de ilusões para fugirmos das mentiras de nossas vidas. Nos sentimos e nos vemos superiores ao resto do
mundo e dos seres que nele vivem. Criamos tecnologia para buscarmos uma fuga para
nosso tempo que se esvai, pelos dedos de nossas mãos, sem que nada possamos
fazer. Contemplamos memórias, fizemos um elo com o passado e com o futuro
porque temos medo do que pode ser a morte, então arrumamos um meio de nos
eternizarmos, de não sermos esquecidos.
Tudo pode ser construído, basta apenas imaginar e ter
dinheiro, mas não conseguimos um caminho para fugirmos de nosso destino, do nosso ‘triste’
fim.
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A foto, além do trecho acima, me mostra algumas coisas que
foram, que são e que serão uma relação entre tudo e entre todos, desde nosso
passado, até o futuro mais distante.
Desde o início, a música foi algo que existiu em todos os
lugares, onde quer que houvesse um número de pessoas agrupadas ela era entoada.
Fosse para louvar a um deus, para pedir por uma chuva, para ir à caça, por
respeito aos mortos, por proteção, para ensinamento, etc. Ela é algo que uniu o
mundo todo e que nos remete a um passado em comum, onde não havia tanta distinção
entre os seres humanos.
Com o passar dos séculos, as comunidades até então
agrupadas, que viviam em prol de um bem maior, começaram a se desfazer.
Ambição e cobiça estão incluídos no gene de nós, humanos,
mas desde que ela se tornou prioridade para quase todos, o mundo tomou um rumo
inesperado, invisível aos olhos de muitos pensadores de tempos remotos e aos
nossos também. Não vemos como as pessoas vivem distantes no mundo de hoje,
conectadas por tecnologias que, ao invés de aproximar, distanciam. Ficamos
acomodados por trocar algumas mensagens de celular, por enviar alguns e-mails,
uma janela de bate-papo em uma rede social ou uma webcam para vermos um rosto
que não vemos há tempos. E o aperto de mão? O abraço? A cerveja no bar? Os
devaneios filosóficos ao longo da madrugada? As risadas sinceras? Os amigos
reais? Os amores sinceros? E dizem que pra estar junto não precisa estar perto.
Frase de um mundo desconexo e conectado. Ficamos bitolados no mundo virtual e
esquecemos o mundo real. Eu sinto falta do mundo real.
Lembro-me do mundo a 7 ou 8 anos atrás e ele não era
assim. Onde foram parar todos aqueles amigos? Todo dia reunidos na cada de um
ou de outro. Era uma vida mais ativa, era um tempo que o mundo se movimentava,
e agora estamos numa era de um mundo estagnado. Tudo desenvolve, mas a mente
humana parece ir para trás, ‘involuir’.
Vejo o chimarrão, em tempos antigos era a mesma
erva-mate, só que gelada e em uma roda de amigos. Cigarro, violão, risadas e –
por incrível que pareça – vivíamos sem os computadores e os celulares e nunca
deixamos de nos falar. E agora me pergunto: Com toda essa tecnologia, faz
quanto tempo que não falo com eles/as?
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Hoje bebo o chimarrão sozinho, sentado na frente de um
computador, com dois violões e apenas uma pessoa para tocá-los.
A morte sempre esteve presente como medo nos humanos e
irá estar por longos tempos ainda. A música foi, é e será uma forma de
expressão, de libertação, de purificação e de louvação em todos os povos. A tecnologia
esta e estará sendo parte fundamental e principal da vida de bilhões de
pessoas, todas conectadas entre si. E o mate? Espero que me leve a encontrar
alguém que ainda viva no mundo real, que goste de uma boa conversa e de uma boa
companhia.
Bife's
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