sábado, 29 de outubro de 2011

Eu que não sei perder.

Somos todos assim

Nos vangloriamos com as vitórias

E quando perdemos

Queremos mudar o fim

Parei para pensar

E comecei a entender

Foi perdendo que eu cresci

E só perdendo vou vencer


O começo da história

Desde criança foi assim

Perdi o medo desse mundo

E foi assim que eu nasci


Perdi o medo do chão

E comecei a engatinhar

Perdi o medo de altura

E então resolvi andar


E perdi cada um dos dentes

Numa prova de poder

Ganhei todos novamente

Pra, com um sorriso, crescer


O meu medo do escuro

Aonde foi parar?

Ficou perdido numa esquina

Na primeira noite que parei pra admirar


E ganhei um céu cheio de estrelas

Para poder me inspirar

Para impressionar algumas garotas

Que passei a ficar


E perdi a vergonha de mulheres

De me aproximar e conversar

E foi ficando descarado

Que ficou fácil conquistar


Me falta perder o medo da morte

Do próximo mundo que vou ganhar

Porque se eu já perdi quase tudo

Só perdendo vou encontrar


Porque perdido me encontrei

E perdido te encontrei

E foi perdendo o medo de amar

Que finalmente te amei.


Bife's

domingo, 23 de outubro de 2011

O inferno não seria rima.

A tristeza ficou para trás
Vi você lá de cima
Sentimento não seria rima
... Não seria banalização
De tudo que ficou pra trás
Carrego o que serviu de formação
Que cada dia que virou passado
Aumenta o fardo que trago em cada mão

E o que acabou
Passou a fazer sentido
Ficamos desprevenidos
Com a acomodação
Já não vemos que é finito
Que não se aproxima a perfeição
Um pouco ignorância
Outro tanto, o medo da solidão

E se não fosse o ‘se enganar’
Hoje eu não faria rima
Ficaria sempre em cima
E viveria de ilusão
Teria medo do passado
Não controlaria a emoção
E não diria adeus
Se fosse a única coisa para se dizer

Porque ‘é sempre mais difícil dizer adeus
Quando não há nada mais para se dizer’
O passado ficou para trás
A sua inocência de menina
E se agora faço rima
É porque já escrevi muito em vão
Porque misturo minhas mentiras
Com razão e emoção.

Bife's

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Poeta. Perdido. Pensante. Passado o presente. Passado. Pronome. Parábola. Parabólica. Prevendo. Prever. Prevenido. Prevenindo. Plástico. Puto. PUTA! Paixão. Pródigo. Prodígio.
A pena de um mau poeta pintando de preto o papel. Pensando na princesa prometida. Perdido pedindo proteção. Prevenido da presente perdição. Putrefação. A partitura partindo o peito. O ‘P’ passeando. Procurando um passado presente. O Sol. Pedindo pronunciamento. Penetrando a perfeição. Penetração. O painel sendo pincelado por palavras. Para parafrasear o psicólogo: Paranoia. Próximo ao meu peito: Paixão.

Bife's

domingo, 16 de outubro de 2011

É sempre igual.

Mulheres vadias
Sorrisos forçados
Mentes vazias
Papo furado

Como qualquer falsidade
“Estou com saudade.”
“Eu te amo.”
“É com você que quero estar.”

Mulheres vazias
Sorrisos furados
Mentes vadias
Papo forçado

Sorriu, e olhando nos meus olhos
Mentiu!
Olhando nos meus olhos, mentiu
E sorriu.

E amou, e gemeu
Abraçou, dormiu
E gozou, e amou
E sorriu – e mentiu – todas às vezes.

Bife's.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Sobre o meu coração.

Não me falta o sentimento
Sei que tudo está aqui dentro
É tempo, é fase
Quero algo que afague

Foi mais de uma vez
E relembro cada qual
Uma promessa na primeira
E a segunda foi igual

A dor de hoje é banal
Na verdade é outra dor
Não me machuca mais o sentimento
Mas a ausência de sentir aquele calor

A ansiedade em te ver
Lembro nossos corpos quentes
Suor, unhas e bocas
Tesão que sentia no ventre

E hoje tudo falta
Ao mesmo tempo em que tudo tem
Perdendo o que mais preservava
E ganhando o que menos cobicei

Aqui, em silêncio, calado
Querendo um remanso pro meu coração
Um lugar de paz ao teu lado
Um pouco mais de sentido, uma outra direção.

Bife's

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Antes de dormi.

Pensando no amanhã
Os mesmos horários
A mesma rotina
As mesmas pessoas

Falta poesia nisso tudo
Falta cor, falta coragem
Falta ver e entender
Falta a verdade

Como era lindo o seu sorriso
Hoje e cada dia mais
A vontade de seu beijo
As mãos a se tocarem

E você sabe quando é ‘pra você’
Porque nunca falei de outro riso
Nunca sonhei com outro riso
Nem citei em poesias

A mesma rotina
As mesmas pessoas
Os mesmo horários
Causa afastamento

Nós causamos afastamento
Nós somos as mesmas pessoas
Nós somos a rotina
Nós nos desprendemos

Não maldoso, mas sem coração
Não sozinho, mas solitário
Não carência, mas carinho
Não sem amor, mas amordaçado

E já foi tudo mais simples
E já foi tudo mais
E já foi tudo
E já foi!

Bife's

domingo, 9 de outubro de 2011

As verdadeiras ilusões.

Um sentimento lisonjeiro
Que busca e busca pela paz
Sobe e desce, agoniza
Se desentende no que faz

Cria e cura sua doença
Destrói e reconstrói
Ama mais que loucamente
Busca sentido quando dói

Faz perguntas que não existem
E as responde como quer
Fantasia esperanças
Se iludindo no que der

Tão lindo e intocável
Algo perto a perfeição
Mente mais que um poeta
Faz sumir a sua razão

Leva a loucura e insensatez
A rotina, acomodação
Bitola e para o tempo
O vício da ilusão

É vazio e passageiro
Quando acaba faz sentido
Esquece como uma frase irrelevante
Que entra e sai pelos ouvidos.

Bife's