sábado, 20 de abril de 2013

A hipocrisia de um anti-hipócrita.

O que a atual civilização brasileira necessita é de um basta!
Chega de ignorância, chega de hipocrisia. Chega de se iludir e de se cegar. Não podemos mais aceitar o que nos é dado todos os dias como se fosse algo comum e normal.

Hoje digo de boca cheia: tenho vergonha da massa desse país e de nosso governo!

Uma é consequência da outra. Simples assim.

Um governo que desde o período de redemocratização do país se perdeu em questões educacionais (não vou me aprofundar em outras áreas porque seria um texto sem fim) e, com o decorrer dos anos, desistiu de se reencontrar.

Um governo que aculturou seu eleitorado e que, em determinadas regiões do país, restabeleceu o curral eleitoral para se aproveitar da vida ingrata que esse povo tinha – e tem – e que apenas foi acobertada.

Um governo que pouco caso faz de investimentos em saúde e políticas públicas para o desenvolvimento dos distritos, municípios, estados e, consequentemente, da federação. Se isso for mentira venha até mim e diga que a saúde pública da sua cidade atende suas necessidades, que os bairros pobres de sua cidade são bem atendidos pelos serviços públicos, que o salário mínimo que você recebe cumpre com as exigências determinadas para ele na Constituição Federal, que os vereadores, o prefeito, o governador, os deputados e todo o resto de REPRESENTANTES políticos realizam o principal papel a eles designados: REPRESENTAR O POVO E SUAS NECESSIDADES, que as propostas de emprego saciam os desempregados, que as estradas estaduais e federais são seguras e oferecem os devidos serviços e que nós recebemos estudo suficiente para enxergarmos isso.

Um povo estúpido que se contenta com uma miséria de bolsas e agradece a uma divindade como se isso fosse a oitava maravilha do mundo.

Uma legião de telespectadores que aguarda atentamente notícias manipuladas entre uma novela e outra e que dá a um ‘iletramento’ sem fundamento e sem nexo – alienadamente – o nome de música. Que cultua a embriaguez e a estupidez, o sexo ou a sexualidade exacerbada, a consumo irracional de produtos, tempo, vida e existência.

Um povo que desconhece plenamente os seus direitos, a grande massa que representa toda a ignorância de um país e toda a irresponsabilidade de um governo.
Um povo burro (sem ofender o animal). Um povo que acredita ser NORMAL toda essa miséria, essa massificação da imbecilidade e da bestialização.

Ocorreu um engessamento da população: o pobre recebe as misérias do governo e dá graças; a classe média alta e baixa consegue pagar por alguns benefícios: escola particular de baixo nível, plano de saúde que cobre o que mais necessita e, devido a isso, não necessita do governo; e a classe alta, que tem dinheiro suficiente para não olhar para os demais e não precisar de auxílio do Estado.

O pobre nas universidades particulares, o rico nas estaduais e federais.

Um país de mentira, com um governo de mentira e com pessoas iludidas e mentirosas.

Bf’s

terça-feira, 9 de abril de 2013

Enquanto há tempo


Às vezes a ausência nos domina por completo, nosso tempo se enche de atividades e nós nos enchemos de vazio. A boa e velha vontade de gritar e não encontrar nada pra dizer.

Nem lembro mais a última vez que escrevi. Não desconfio qual foi a última vez que produzi uma canção. Uma carta de amor para a mulher amada já se perdeu dezenas de vezes em meus pensamentos. O filme que queria assistir não recordo o nome. Esbarrei com um velho amigo e até me pareceu novo o antigo cumprimento. Porque disso tudo? Porque esse monte de nada?


Hoje tropecei numa das esquinas da vida e senti que estava fazendo tudo errado. Sem conceitos de certo e errado, claro - aboli isso da minha vida há tempos -, mas senti que minha vida estava indo na contramão. Nunca fui muito do tipo família, casa, relacionamento. Gosto de estar no meio social, seja com familiares, namorada, amigos ou apenas conhecidos. Como todo ser humano normal também gosto do meu quarto e da minha cama, mas viver aqui dentro e sair daqui apenas para o trabalho me sufoca e eu estava me sufocando.

Gola alta, manga comprida, calça jeans, mundo virtual. Tô longe, prefiro a vida real.

Já não tocava meu violão, estava falando com meu pai pelo telefone, matava a vontade de falar com amigos pelas redes sociais e a namorada só nos finais de semana. “Eu não sou isso” – pensei. Pensei e assustei. Comecei a olhar a minha vontade e vi paredes, discussões, estresse e ansiedade. “Eu não sou isso” – sorri e levantei.

Deja vu. “Raimond, eu já vi o seu destino num sonho!” Corri, corri e corri até sentir a falta do ar nos pulmões, sentei no meio do mato e olhei pro horizonte, a oeste, onde minha vista se perdeu. O mundo cabe na palma da minha mão, só depende de mim.  


Minha consciência se recobrou. O corpo todo sorriu e se espreguiçou. A mente se tornou leve e os lábios ganharam uma boa envergadura de riso.

Novamente, porque disso tudo?
Esse meu caos durou 12 dias. Pode parecer um absurdo aos olhos da maioria, mas, aos meus, é como se passassem séculos. Por isso vos digo, não percam seu tempo. Não deixem seu tempo esvair pelas suas mãos. Não viva preso no seu mundo.
Fale com seus pais pessoalmente, eles não estarão ao seu lado pra sempre;
Veja seus amigos, beba aquela cerveja e fale putaria o suficiente;
Escreva inúmeras cartas de amor para a pessoa amada enquanto ela ainda esta com você, porque depois essas cartas não terão nenhum valor;
Aproveite o seu dia, o seu tempo e o seu corpo, porque tudo isso se esvai e só vão restar às lembranças;
Nenhum dinheiro no mundo compra a sua paz e a sua felicidade, não demore anos pra entender isso, nem meses, nem dias... sua vida é curta demais, acredite.

Bf’s