quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Que busque entendimento.

Quando a ideia for plantada
Quando se desenvolver
Quando formar o pensamento
Quando gerar o entendimento
Quando chegar a reflexão
Quando for absorvido
Quando fizer sentido
Quando não houver mais dúvidas
Quando se tornar explicação
Quando for ouvida por muitos
Quando surgir a primeira questão
Quando levar a busca
Quando iniciar a inquietação
Quando atacar a noite de sono
Quando a dúvida ficar mais clara que a razão
Quando formar um debate sobre isso
Quando mexer com a afirmação
Então fará sentido o ouvido
Então terá sentido a audição
Então entenderá o psicológico
Então sentirá falta da dor física
Então verá que o seu remédio não cura seu pensamento
Então implorará pelo cansaço
Então perguntará pelo medo
Então irá se apavorar
Então terá de gritar
Então gritará com desespero, com angustia, com irracionalidade
Então começará a se equiparar aos irracionais
Então perderá todos os sentidos
Então ficará sem sua moralidade e ética
Então pedirá pelo fim ou, pelo menos, o seu fim
Então não conseguirá se controlar
Então já não será você
Será sofrimento, desgosto
Angústia, desprezo
Indiferença, lamentação
Medo, pavor
Tristeza, rancor
Alienado, destoado
Perdido, putrefato
Apenas por existir
Apenas por respirar
Apenas por acordar
E desejará não ver mais nenhum Sol
Ninguém sabe o que há comigo
Nem o que é preciso
Pra me fazer feliz.

Bife's

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Porque chorar não vale mais a pena.

Falta tempo pra escrever
Me contentando com pensar
Pensei que existem várias maneiras
Ou formas de chorar

Quando as lágrimas não vinham
Comecei a me perguntar
E foram uma, duas, cem vezes
E a tristeza só fazia alegrar

Fez sentido mais a frente
Quando parei de lamentar
Na poesia de palavras
Na frase de um violão

Rimei acordes com versos
E percebi a razão
Que o choro chorado em lágrimas
É a lado físico da emoção

Minhas lágrimas vêm em sílabas
Em tom maior ou menor
O salgado pelo rosto
Não atrai minha atenção

Porque produzo na tristeza
E não reclamo de solidão
Um acorde rimado
Um sentimento esquecido

Um amor intocado
Um verso sentido

Porque chorar na escuridão
Não vale mais a pena
Porque já não vejo algo
Que façam as lágrimas valerem a pena.

Bife's

domingo, 18 de setembro de 2011

Aqui termina sua procura.

Eu sou um artista

Eu pinto com palavras

Cada frase me aparece

Como uma escultura


E digo que uma obra de arte ruim

Surge com o mesmo amor de obra divina

Com a mesma seriedade e paixão

Mas falhou - nada mais


Às vezes o barro seca

Outras a tinta acaba

Algumas vezes falta um verso

E noutras tantas, tropeço nas palavras


Eu vejo a poesia

Ainda longe, começando a caminhar

É quase uma menina

E ela vem em minha direção


Sem muito esforço

Vai desenlaçando

Perdendo a timidez

Já vejo um riso sem graça


E quando percebo

Esta a dançar

Na ponta da língua e do lápis

Deslizando pelo papel


Já é uma mulher

Já pode se mostrar

Já confia nos seus versos

Já sabe rimar


O artista não escreve uma poesia

Ele não senta e a faz

O artista transcreve o que lhe é dado

Como um fio que conduz energia


Seu papel não é pensar

Nem mudar o que quer sair

É transformar em palavras

A mensagem que é passada


Transformar em palavras

Em um quadro ou escultura

Uma composição musical

Alguma forma mais pura


E, com toda sinceridade

Minha obra de arte esta nos gestos

No modo de falar

No modo de sorrir


É se fazer tímido

É fazer rir

Elevar até a glória

E depois deixar cair


Cada obra é única

Mesmo sendo feita pelo mesmo artista

Porque o sentimento é sempre diferente

Mesmo que apareça pelo mesmo motivo.


Bife's.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Sempre, nem sempre

Surge da mesma ideia

Influência? Plágio?

Evito definições

Numa ou noutra poesia

Falei de reflexões

E como tudo na vida não é sempre

Às vezes sempre, não tem explicação

Não explicando meus versos

Nem meus meios e nem meus fins

Já tentei fazê-lo com a vida

Não teve razão

A razão que a cada momento

Troca de mão

De vista, de ponto

De orientação

E às vezes parece que não faz sentido

Às vezes não o faz apenas para mim

E outras tantas só o faz para mim

Como lágrimas

Que não vejo

Há tempo suficiente

Para esquecer-me de seu gosto

Porque às vezes parece que não tenho

Nenhuma razão pra chorar

E não aprecio isso

É desabafo, libertação

Às vezes a falta disso me consome

E some... some?

Sumir ou somar?

Deixo a duvida no ar

Às vezes a resposta real

Piora a situação.

Bife's

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

É purificação

Silêncio, silenciosamente

Quieto

Escuto, mudo

Ouço, calado

Ouvir, ouvir

De olhos fechados

De boca fechada

Escutando, absorvendo

Entendendo

Aceitando

O silêncio consome

O silêncio da ânsia

Prendo o ar

Alguns segundos

Deixo a respiração voltar

Assim como um ser vivo

É a paz

Ela nasce, ela cresce

Ela se adapta

Ela enfrenta crises

Provações

Transformações

E ela pode morrer

A calmaria

A calma – ria

Um breve riso

Em silêncio

Um silêncio cego e mudo

Só não é surdo

Ouvindo ouvir

E depois de todo o silêncio

Toda a quietude

Todas as provações

E entendimentos

Uma frase bastaria

Uma palavra bastaria

Ou apenas um riso

Um sutil e breve riso

E seria a purificação

Bife's