domingo, 10 de abril de 2011

Aonde fui parar.

De um conjunto sem sentido
Nem sonhando e nem sentindo
Pelos sentimentos não sentidos
Por não encontrar algum sentido

De suas perguntas sem respostas
Que em mim não vou encontrar
Com todo o respeito, perdido
Pedindo e pronto pra pular

Foi aqui dentro que sumi
E não me atrevo a procurar
Das perguntas sem respostas
Respondi as que não soube me perguntar

Me prendi na sua memória
Mas te deixei escapar
Minha solidão vem lá de dentro
Onde era pra você ficar

Busquei caminhos e saídas
Pensei por vezes em continuar
Mas me aconcheguei no sofrimento
E abandonei alguns sentimentos

Isso parece uma resposta
Para as perguntas que não me faz
Nunca neguei que fosse um refúgio
Mas também não disse que seria capaz

Em meio aos devaneios
Eu tento conseguir o que não faço ideia procurar
É interessante ficar perdido
E ter medo de se encontrar

Disseram uma vez que era preciso perder tudo
Perder tudo para ser livre
Enquanto você não se perder por dentro
Não saberá o que é isso

Queria e quero te amar
Realmente te sentir
Mas fui tão fundo no meu esconderijo
Que nem eu consigo sair.

Bife's

sábado, 2 de abril de 2011

Eu lembro bem, eu não esqueço.

Não vem a ser um romance épico e nem a mais bela história de amor que o tempo guardará para toda a eternidade. Acredito que seja apenas a história de uma pulseira e todo o resto não passará de mera fantasia.
O ar gelado de uma noite e um vento estarrecedor fizeram com que tudo acontecesse exatamente como deveria. Um brilho nos olhos, uma pele macia, um tímido sorriso e o coração renasceu. Renasceu porque um dia acreditou que jamais viveria.
Como os mais belos romances de toda a história, não foi preciso um beijo. O que existiu foi algo muito mais intenso que isso. Mãos se tocaram, um leve abraço aconteceu – leve para não sufocar a euforia de um momento – respirações tornaram-se ofegantes no mesmo instante.
Ela sorriu novamente e pareceu ainda mais linda. Ela se sentiu segura naqueles (nesses) braços, naquele apego e sorriu. Não acreditava – nem imaginava – como tal simplicidade poderia ser tão deslumbrante.
No segundo de um abraço houve um toque em seu braço, sentiu-se uma pulseira e um pedido entre os olhos – sem palavras – foi feito. Tal pulseira foi entregue, não entregue como um presente, mas como uma marca, uma cicatriz profunda que nunca mais desaparece e te impede de esquecer o que fez aquele corte, não importa o tempo que passe.
Ela não queria ser esquecida, mas eles sabiam que viviam em mundos diferentes e distantes e que tal encontro não aconteceria novamente.
Houve apenas mais um sorriso – lindo como jamais o autor pensou existir – nenhum beijo, nenhuma lágrima, nenhuma despedida, nenhum adeus. Apenas mais um sorriso e ela se foi. Ele nunca tirou aquela pulseira. Quanto a ela? - Virou apenas um conto.

Bife's. Old times. 2006 provavelmente.