domingo, 26 de junho de 2011

É só poesia. É fácil escrever.

E nessa noite de frio

Cansado de trabalhos

Sem o mate quente me escorrendo pela garganta

Com preocupações que antes não teria

Penso em você.

Sem porque. Sem teorias

Sem autores. Sem poesias.

Apenas penso em você.

O silêncio que me consome.

A lágrima que me escapa.

Só queria te dar boa noite.

Isso bastaria.

Uma pena eu não bastar para você.

Nem como poesia.

Nem como romance.

Nem como uma tragédia.

Preocupações que antes não teria.

E você me fez ter.

Sorrisos que antes não teria.

E você me fez ter.

E eu te fiz ter.

Sentimentos que não teria.

E isso ninguém me fará ter.

Só queria te dar boa noite.

E uma noite, te ter.

Bife's (:

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Sentido. Por exemplo esse texto, não faz nenhum.

“Todos os grandes poetas se tornam naturalmente, fatalmente, críticos.” – já dizia Darwin em seus escritos. Não me incluo nem em grande poeta, nem em crítico, mas pretendo fazer algumas observações seguindo um raciocínio lógico.

Se pegarmos como base alguns pensadores do séc. XIX, um período que o conceito de tempo ainda não se aproximava muito do modo que o conhecemos hoje, perceberemos que, desde aquela época, onde o tempo ‘corria’ de forma mais lenta, os intelectuais o viam como algo importante e deixavam frases do tipo - “O homem que tem coragem de desperdiçar uma hora do seu tempo não descobriu o valor da vida.”- para expressar esse sentimento que tinham em relação ao tempo perdido ou que poderiam vir a perder.

Se analisarmos o tempo através da visão de uma pessoa doente, que sente o fim chegando ou uma pessoa que teve basicamente tudo o que o consumismo permitiu e hoje se encontra a beira de um vazio capitalista – e isso importa para muitas pessoas - e perguntássemos o que seria mais importante eles terem de volta, entre as coisas mais importantes estaria o tempo. Para o doente ele seria valioso de tal forma: poder ver o último pôr do sol, abraçar pela última vez a pessoa amada e afins. Para o consumista, escravo do capitalismo, o tempo seria algo fundamental para recuperar tudo o que perdeu, etc.

Alguns séculos adiante a, mais precisamente no séc. XXI, o conceito de tempo muda, ele passa a ‘correr’ de forma mais rápida, onde falta tempo para tudo, todo o tempo do mundo não é suficiente para fazermos o que é necessário e, se seguirmos a ideia de usar intelectuais para tornar esse texto relevante, podermos citar Einstein e sua Teoria da Relatividade, onde ele vai expor a relatividade das coisas. Ex: um minuto com a mão no fogo ou um minuto com a pessoa amada. Na primeira hipótese esse minuto seria mais longo que todos os outros, na segunda nem o veria passar.

Onde quero chegar com isso tudo?

Na verdade penso que estou escrevendo para falar de amor, mas existem várias maneiras de fazê-lo, não sei se essa é a mais correta.

Se em todas as hipóteses que cito, se os gênios de épocas passadas falam sobre e se perguntar para muitas pessoas o que seria realmente importante, tempo seria uma resposta comum, então me pergunto: porque uma pessoa sadia, em sã consciência, com um pouco de inteligência e com uma grande oportunidade de ser alguém de ‘renome’ no futuro, não dá valor tempo? Porque deixam o tempo passar ser tomar nenhum tipo de atitude? Porque esperam o fim para reclamar do inicio?

Tentarei responder essas questões de uma forma simples, porque como os críticos de plantão, não me agradar falar mal, me agrada entender e solucionar, mesmo isso sendo bem difícil aqui.

Numa visão simplista e realista, as pessoas têm por natureza não dar valor no que está exposto, no que está colado em seu rosto. É normal que, quando algo fica muito claro para alguém, esse ‘algo’ se torna banal. Quando é necessário um sacrifício para ter o que tanto deseja, esse desejo passa a ter mais importância, mais peso e mais relevância.

Observando alguns acontecimentos de minha vida notei que, quanto mais deixei claro para uma pessoa que a presença dela era de muita importância para mim, essa pessoa acabou por se afastar, por sentir um ar de importância que na verdade não tem, porque o que tem valor para mim, não tem valor para muitas pessoas. Notei também que, quando me desfiz de certas pessoas e não mostrei o verdadeiro valor delas, estas se mantiveram por perto, como amigos, como poesias ou algo assim. Queria conseguir definir esse pensamento mas, no fundo, o que esperava era um raciocínio maior para o que está em sua frente. Geralmente o óbvio é o caminho mais correto a ser seguido, por ser o mais difícil de seguir. Um ‘eu te amo’ não diz muita coisa. Prefiro ser presente, te fazer sorrir, mostrar o quanto sua companhia me faz bem e que estar ao seu lado é o certo, do que tentar te provar que ‘te amo’. Meias palavras não concluem o que penso e o que sinto e falas subentendidas não me mostram o caminho. Mas está na sua frente o que quero e esta dito no texto – Você – sem meias medidas, sem meios gestos. Você.

Bife's (:

quarta-feira, 22 de junho de 2011

E me rouba de mim.

Demorou para chegar
Esse vazio
Como eu queria
Só de olhar pra sua boca
Queria, quero e quero mais
E vou querer de novo
Até você não querer mais
Sem saber se quer
Se não quer
Ou se quer mais
Na certeza da dúvida
A incerteza de você
Do sentir você em mim
Sua boca em minha
Te tocar como jamais pensei tocar alguém
E me pergunto se sinto
O vazio me responde que sim
Sento – silêncio! – espero
A poesia me encontra
E queria que fosse você
Ou minha parte que se prendeu em você

Bife's (:

sábado, 11 de junho de 2011

Entendeu?

E só uma reflexão: se eu gostasse do que escrevo, passaria a me ler. Tentaria entender os pensamentos daquele autor que, no caso, seria eu. Mas em algum conto ou poesia eu poderia não me identificar, assim não me identificaria comigo mesmo. E se eu escrevesse frases filosóficas, provérbios ou frases impactantes, eu poderia me citar? Aquela critica vulgar e sem um pingo de educação, como eu poderia fazê-la sem ofender-me? Aqueles trechos que escrevo, que não tem sentido para mim, algumas vezes encontrando sentido apenas para quem me lê, isso seria dizer que faria sentido para mim algo que para mim não tem sentido? E quando escrevo desabafos, que parecem invadir o peito de leitores, após desabafar e ler o que escrevi, iria precisar desabafar novamente? Muitas vezes os meus versos estão subentendidos por uma mulher, que não vai parar ali por acaso, é uma forma de tirá-la de mim, de afastar minha dor e afins, após realizar tal feito eu iria ler aquela forma de prisão, essa prisão poderia voltar para dentro de mim? Das hipóteses cabíveis que aqui sugeri, penso como é bom a primeira não acontecer – gostar do que escrevo – porque senão viriam a tona todas essas questões e sabe lá o que aconteceria.

Bife's

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Seria por você, não por mim.

E quando o sono vem
Você parece o acompanhar.
No frio que sinto agora
Me recordo do momento que te vi passar.
A falta da sua presença
Me remete a ausência do que amar.
Poderia comparar você à tudo
Mas o que queria era sussurrar no seu ouvido:
"Vem ficar comigo, me abraçar".
Talvez não diga isso.
Talvez diga adeus
Ou talvez não diga nada.
Se a vida for pequena demais pra nós dois
Eu aceito a solidão!

Bife's

quarta-feira, 8 de junho de 2011

O oportunista

Ele disse com cuidado
As palavras que cabiam
Evitou o exagero
Mas foi sincero com o que sentia

Era raro fazer isso
Mostrar o avesso para alguém
Para ele não cabia o desperdício
Do tempo, do afeto, do sentimento

Com o medo que ao seu lado corria
Ele não o deixou ultrapassar
Se colocou à frente pelo que sentia
Mas, no fundo, ele sabia que nada ia adiantar

O que mais o desagrada
São os versos em vão
Comparando versos aos sentimentos
Com desgosto no coração

A pressa que você não tinha
Ele não conseguia esperar
Porque sentir o que sentia
Não era fácil de aguentar

Das oportunidade que lhe deu
E que resolveu deixar pra lá
Você não entenderia
Que era com você que ele queria estar

Você não entenderia
Os versos que me fogem
Cada palavra como lágrima
Cada frase como inconformação

Quanto ao tempo que se passa
Não considero seu vai e vem
Mas quanto ao sentimento que se passa
Ele não volta, sei bem.

Bife's

terça-feira, 7 de junho de 2011

Uma simples questão

Corre, corre. Eu sei que sinto. Me pergunto se paro e respondo que sigo. E o erro? Em breve acontecerá. Assim é fácil viver a vida. Assim é fácil não se apaixonar. O erro é inevitável. Então por que continuar? Assim esta perfeito. E assim poderia ficar. Mas eu vou buscar o erro, pra ter certeza que iria errar. É como se eu já soubesse. Algo que já vi. Mas se sei disso tudo, porque insisto em insistir? É sempre a ponta de esperança. Queremos que algo mude e que o fim seja diferente. A boa ilusão que faz os homens viverem. Sem ela nada seríamos. Começo e fim andam juntos, de algo bom ou de algo ruim. Mas não queremos acreditar nisso, não queremos acreditar em quase nada. Queremos a mentira que afaga, que nos faz acreditar. A verdade é meio dura e de difícil digestão. Uma mentira bem contada traz a paz, a admiração. Sentirei o que já sinto e saberei o que já sei. A velha esperança de me ver errando. Principalmente nessa afirmação. Mas dos sentidos sem sentido, esse sinto com razão.

Bife's

domingo, 5 de junho de 2011

E dizem para viver cada dia como se fosse o último. Me agrada tal piada. Primeiro falarei de vocês e depois de mim. Para quem vive cada dia assim, só peço uma explicação e faço uma ou outra afirmação: viver cada dia esperando um final subentende um “não fazer planos”, não ter que dar explicações, não colocar o querido relógio para despertar, não se preocupar com todas as coisas mundanas criadas para nos fazer máquinas – o trabalho, os horários, o dinheiro, a família e daí em diante – na verdade, nem pedirei explicações, se você vive assim, meus parabéns e invejo-te (e duvido-te)! Agora falarei de mim: não, eu não vivo cada dia como se fosse o último, muito pelo contrário, eu desejo todos os ‘amanhãs’ possíveis. Sim, todos! Eu – e acredito que não seja o único – posso prever o futuro. Acreditam? Não?! Então vamos lá: que hora você terá que acordar amanhã? Será que você sabe as pessoas que irá ver e conversar? Será que você sabe o lugar para onde irá e quantas horas ficará lá? Consegue imaginar que entrará em redes sociais para atualizar suas informações? Sabe se o seu amor já te espera em outra esquina? Sabe se terá que visitar algum parente próximo que não está bem? Banho? Alimentação? É, prever o futuro não é tão complicado assim, apenas demos um ar de impossível a algo que, no fundo, é bem provável. O futuro não é apenas daqui a cem anos, o futuro é agora. Viu? Não? Virou passado... Não peço para concordarem. Só para pensarem. Eu? Ainda estou desejando cada minuto que se segue, melhor, cada segundo. E por quê? Porque eu tenho planos, vários deles. Tanto a longo prazo como a curtíssimo. Eu quero acordar muitas manhãs e ver o céu ensolarado, neblinoso ou cinzento. Eu quero ver o sorriso da guria que gosto uma centena de milhares de vezes. Quero ler muitos livros, escrever outros tantos. Quero me apaixonar por mil mulheres ou amar apenas uma. Tocar meu bom e velho violão quando estiver com meus ... anos? Criação do ser humano. Não posso garantir que tenho 22 anos ou que terei 80, me desculpem. Eu quero todas as rotações da Terra que puder ver. Admirar aquele céu estrelado, na companhia do vinho e da guria que comigo estiver. Ver aquele sol que se escondeu de mim mais uma vez, só para dizer que eu o peguei novamente! Eu vivo cada dia pensando no amanhã, prevendo o meu futuro e torcendo pelo seu. No final das contas eu só tenho planos para minha vida e não para minha morte. Me desculpo novamente, eu sou a pessoa mais vaga que existe, mas não consigo ser tão vago a ponto de não pensar no amanhã, ou melhor, não pensar em mim amanhã, só para ter o gosto de pensar em você!

Bife's
Só pra ir dormir. Pensei naqueles dias. Lembrei daquele apego. Citei nosso romance. O poético, o frustrante. Só para ir dormir. Era quase como um todo. Era um todo como quase. Era a inteiração de ambas partes. Um sentimento de verdade. Só para ir dormir. Escrevo para não pensar. Ou para ter o melhor dos sonhos. (?) Só para ir dormir. Só para matar. A saudade que se vai. Numa lente de aumento. Quase todo como um era. Como éramos. Só para ir dormir. Te vendo aqui no meu lugar.

Bife's

sábado, 4 de junho de 2011

E não surge assim, do nada
É um processo em formação
Desde o primeiro dia
Desde a primeira risada

É quase como o primeiro verso
Uma negação!
Mas discorrendo a poesia
Se explica a rima ou a paixão

E quando faço a poesia
Não a faço com a mão
Eu a faço é com o sentimento
E reinvento a situação

Crio caso, faço drama
Te ignoro ou te desejo (?)
Posso te jogar num canto
Ou reescreve-lá do meu jeito

Ainda falo é de poesia
Comparando-a a você
Me perdendo na folha em branco
Ou me encontrando no seu corpo

E quando termino o último verso
Sinto uma ótima sensação
O sorriso que vejo em minhas rimas
Se compara ao seu de satisfação.

Bife's