terça-feira, 31 de maio de 2011

Menos poético, mais realista.

Num passado tão remoto
Num mundo tão hostil
Onde havia sentimentos
Preocupações e dúvidas
Recordo-me de algumas pessoas
Vultos ou algo assim
Um relâmpago na memória
Quando penso que apenas uma pergunta
Mudou – e ainda muda – todo o curso de uma vida
Ou de duas, cinco, mais que isso já não sei
Um simples ‘porque?’ – ou um desbravador ‘porque não?!’
Hoje, num mundo mais racional
Os personagens mudam de lugar
Alguns escondem as máscaras, outros escondem-se sob elas
Outros tantos desistiram e colocaram as mais duras verdades sobre a mesa
Aceitaram alguns fatos e entenderam que certas ‘coisas’ fazem falta
Uns raros ainda submetem-se a conversas que antes não agradaria
Sem dúvida é subjetivo o que falo aqui
Apenas eu sei do que estou falando, de fato
Mas como um aprendizado
Pensem – e pensem bem – você pode mudar a vida de alguém
Com um simples ‘porque?’, um desbravador ‘porque não?!’ ou um impiedoso ‘porque sim!’

Bife’s

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Aforismos matinais!

Caíria muito bem, feito luva, feito noite. Se aquele telefone tocasse, se aquele sentimento surgisse, se a cabeça pensasse ou mesmo se nenhum de nós existisse. Caíria muito bem. Um sorriso, um abraço. Se alguma coisa entre nós existisse. Feito noite, feito frio, feito de um sorriso que nunca existiu. Talvez existíssemos - (?)

Das palavras jogadas ao vento, não importa quais foram ditas. Dos caminhos que se cruzam no tempo, não sabemos se eles se juntam. Das ideias e pensamentos, às vezes se perdem como equilíbrio. E dos amores jogados no tempo, às vezes se perdem sem algum sentido.

Desdobrando o cruzando bem elaborado de dois mundos, sinto como se o lobo estivesse indo embora, se escondendo sobre minhas mãos. Assim como Harry, eu consegui dominá-lo. Basta agora saber por quanto tempo - o tempo tem - não tenho tempo - que o tempo tem - de todo o tempo - que o tempo se fez. (?)

Poesia não tem dono, o amor realmente é cego, dos caminhos escolhidos não se julga se foi certo. Eu estava ali sentando e por ali passou eu mesmo. (?) Sim, o passado é tão estranho quanto o futuro era, mas aqui nesse peito sou e fui o mesmo que te espera. - Versos matinais - às vezes acontece.

Naquele antigo retrato de família, onde muitos eram vivos. As sombras de seus sorrisos. Os momentos de alegria registrados numa medida. Alguns se foram, em outros, a felicidade se foi. Três cresceram, seis envelheceram, três morreram e tudo continuo, nada parou. Será que ainda olharemos - ou olharão - esses quadros com os mesmos olhos? Com a singularidade de cada história ali presente? Com o sentimento de cada um que ali estava? Era um retrato de família, mas diz muito mais que apenas a felicidade de um momento.


Bife's

sábado, 14 de maio de 2011

Algumas vezes em que se muda
De uma muda da mudança
Que algumas vezes que se muda
Do silêncio da mudança

Talvez uma mudança muda
No silêncio de seus gestos
Ou uma mudança surda
Na ignorância dos seus gestos

Uma simples e sutil mudança
Uma mudança brusca
Mas às vezes que se muda
Nem sempre existe a tal mudança

Buscando sempre uma muda
Nem que seja de esperança
Na ignorância do silêncio
Ou nos gestos da mudança

Uma surda, cega e muda
E muda porque tem uma esperança
Fica cega de tristeza
E surda de ignorância.


Bife's

domingo, 8 de maio de 2011

Poesia não tem nome, só interpretação.

Nas palavras jogadas ao vento
Nos versos de minhas poesias
Sempre ficou subentendido
O que eu esperava para nós

Talvez em primeira pessoa
Muitas vezes em terceira
Contei histórias de minha vida
De amores e desprezos

Na transição de um entre vírgulas
Ou como alguma exclamação
Você passava por ali
Deixando uma ou outra interrogação

Às vezes ficava a reticências
Pela incerteza de uma afirmação
E eu, sempre aquele sujeito simples
Pensando no nosso verbo de ligação

E não importa o que eu dissesse,
Recitasse ou me apropriasse,
Você não saberia
E você não entenderia

Não saberia de minhas leituras,
Não entenderia os meus poemas
E nem os meus desesperos
Para ser o seu presente contínuo

Restou pra mim um lugar de honra
No período em formação
Um verbo no passado imperfeito
Para um sujeito oculto e sem ação.

Bife's

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Uma mentira repetida

Ela riu de minhas palavras
Disse que todos são assim
Mentiu pra ela mesma
Mas continuou sentada ali

Falamos de cabelo, de tristezas e alegrias
De um desabafo, de um desespero
Era engraçado como se escondia
Com as bochechas vermelhas e ilusão de sua mentira

E no meio desses versos
Acabei lembrando de você
Lembrei porque esqueci
E que isso não volte a acontecer

Senti o cheiro de sua mão
E te beijei várias vezes na imaginação
Disse com toda a falsidade
Que esperaria um outro dia

Ele riu de minhas palavras
E soube que poucos são assim
Elogiou as minhas palavras
E acreditou nas frases que saíam de mim

Bife's