sábado, 2 de abril de 2011

Eu lembro bem, eu não esqueço.

Não vem a ser um romance épico e nem a mais bela história de amor que o tempo guardará para toda a eternidade. Acredito que seja apenas a história de uma pulseira e todo o resto não passará de mera fantasia.
O ar gelado de uma noite e um vento estarrecedor fizeram com que tudo acontecesse exatamente como deveria. Um brilho nos olhos, uma pele macia, um tímido sorriso e o coração renasceu. Renasceu porque um dia acreditou que jamais viveria.
Como os mais belos romances de toda a história, não foi preciso um beijo. O que existiu foi algo muito mais intenso que isso. Mãos se tocaram, um leve abraço aconteceu – leve para não sufocar a euforia de um momento – respirações tornaram-se ofegantes no mesmo instante.
Ela sorriu novamente e pareceu ainda mais linda. Ela se sentiu segura naqueles (nesses) braços, naquele apego e sorriu. Não acreditava – nem imaginava – como tal simplicidade poderia ser tão deslumbrante.
No segundo de um abraço houve um toque em seu braço, sentiu-se uma pulseira e um pedido entre os olhos – sem palavras – foi feito. Tal pulseira foi entregue, não entregue como um presente, mas como uma marca, uma cicatriz profunda que nunca mais desaparece e te impede de esquecer o que fez aquele corte, não importa o tempo que passe.
Ela não queria ser esquecida, mas eles sabiam que viviam em mundos diferentes e distantes e que tal encontro não aconteceria novamente.
Houve apenas mais um sorriso – lindo como jamais o autor pensou existir – nenhum beijo, nenhuma lágrima, nenhuma despedida, nenhum adeus. Apenas mais um sorriso e ela se foi. Ele nunca tirou aquela pulseira. Quanto a ela? - Virou apenas um conto.

Bife's. Old times. 2006 provavelmente.

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