quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Monstros.

Eles perdem os sentimentos

Perdem o peso da culpa

São confiantes

Sabem como chegar, sabem como sair

Perderam tudo o que tinham

Os olhos brilhavam

O sorriso também

Sentiam-se arrepiar

Sentiam todo o calor de um momento

Eram únicos

Mas perderam.

E perder não é tão simples como ganhar

O meu espanto é vocês se espantarem

Porque vocês os fizeram assim

Assim como os reis

Os monstros também são criados

Não nascem monstros e nem prontos

Eles caem uma, duas, três mil vezes

E simplesmente enjoam de cair

Enjoam de se ajoelhar

De esperar que algo bom lhes aconteça

Eles tentaram o amor, a felicidade, a paz

Tentaram se entregar, tentaram acreditar

Que as pessoas são boas

Que o mundo é bom

Mentira!

Só olham pro próprio umbigo

Não sabem agradecer

Não sabem entender e muito menos respeitar

São mesquinhos. São pobres na alma.

Fracos de espírito

E ainda se assustam quando veem um de nós

Bichos, lixos, desprezíveis

O seu desprezo por nós se tornou o nosso desprezo por vocês

Somos animais. Seguimos nossos instintos.

Não olhamos pra trás. Não pensamos em como seria.

Alguns têm recaídas. Ainda tenta acreditar.

Mas é tudo mentira!

Nenhum de vocês se importa de verdade

Nós assumimos que somos monstros.

E assumimos que criamos outros monstros.

E vocês? Não conseguem nem ter consciência do fato

Acham-se superiores. Mas adoram as posições dos animais.

Invejam esses seres. Porque eles não têm autoconsciência.

Porque não se culpam. Porque não se menosprezam.

Porque vivem juntos. Se respeitam.

Não choram todos os dias pela vida medíocre que tem.

Você é uma merda como todo mundo, aceite isso.

E aceite, os irracionais estão séculos a nossa frente.

Só podemos invejá-los, nada mais.

Bife's

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